terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Meditação na infância



fácil do que você imagina– por Maria Clara Vieira

Uma pequena pausa na rotina. Talvez seja apenas isso que seu filho precisa para ter mais tranquilidade e qualidade de vida. Em um mundo tão agitado, conectado e repleto de estímulos por todos os lados, apreciar um momento de paz e silencio parece impensável para algumas pessoas – embora seja muito necessário e bem-vindo.

A meditação, prática milenar surgida na Ásia, consiste justamente nisso: de maneira simplificada, o objetivo é repousar o corpo e aquietar a mente para alcançar o relaxamento. Parece ótimo, não é? A boa notícia é que as crianças podem se beneficiar desse momento tanto quanto os adultos.

“Nós, adultos, estamos acostumados a dizer que crianças não têm preocupações, responsabilidades nem obrigações, e que a vida delas é perfeita”, afirma a professora de ioga Cássia Parmeggiani, fundadora do projeto Pequenos Yogis. “No entanto, se pararmos para refletir, isto não é verdade. Questões como o bullying, os problemas familiares, o estresse causado pelo excesso de atividades, o uso excessivo de eletrônicos e a cobrança por resultados na escola estão criando crianças tristes e ansiosas, com problemas de atenção, concentração, foco e comportamento”, explica el

Os benefícios

Quando incorporada à rotina e praticada de maneira regular, a meditação traz uma porção de benefícios à criança. A lista de pontos positivos é enorme: combate o estresse, alivia a ansiedade, melhorar o sono, reduz a agressividade, relaxa física e mentalmente, melhora a concentração, minimiza os sintomas de TDAH e ajuda a lidar com sentimentos como frustração, medo e raiva.

“Muitos são os benefícios, mas um dos maiores é ajudar as crianças a entrar em contato com elas mesmas. Isso pode ser a chave para uma mudança importante na forma de criarmos nossos filhos, pensando, acima de tudo, no bem-estar deles e não somente em resultados”, comenta Cássia.

Como a criança de hoje tem muitos estímulos – aulas extras, telas, brinquedos eletrônicos e tecnologia –, sobra menos tempo para brincar livremente. “Isso é extremamente prejudicial. O excesso de estímulos faz com que ela se desconecte de si mesma e entre em um padrão muito acelerado, com competição e ansiedade”, pondera o professor de ioga João Carlos Soares, criador da Yoga com Histórias.

Soares explica que, quando isso acontece, forma-se na criança um padrão de solidão e desconexão de sua essência. “A meditação vem justamente tentar dar um espaço para que ela possa parar, respirar e se conectar com o silêncio interior. Ela percebe que isso é muito bom e começa a entender que existe um mundo de emoções e pensamentos dentro dela”, diz. Assim, seu filho conseguirá sentir e organizar esse mundo mental e emocional de outra forma, reestabelecendo o equilíbrio e a conexão com quem ele realmente é.

Como fazer

Está animado para colocar a meditação na vida de seu filho? Pode ser mais fácil do que você imagina. Por volta dos 2 ou 3 anos já é possível guiá-lo por esse caminho com atitudes bem simples. É claro que é preciso bom-senso: não espere que uma criança pequena vá ficar 10 minutos paradinha, em silêncio. É preciso respeitar a maturidade emocional dela e não forçar uma situação. Uma boa medida para os pais é verificar se o filho já consegue acompanhar uma história com concentração – elas podem ser usadas para introduzir a meditação de forma lúdica na infância.

“A apenas fechar os olhos, respirar e inspirar não é atrativo para a criança. Mas criando um ambiente mágico e lúdico, ela começa a acompanhar, sente que aquilo é gostoso e se interessa cada vez mais. As histórias conversam com as emoções e os sentimentos da criança”, ensina Soares, que segue um método pensado especificamente para a infância e irá lançar um CD para ajudar a guiar a meditação (confira um exemplo ao final dessa matéria).

A meditação é um hábito que só traz benefícios. O combate ao estresse, alívio da ansiedade e relaxamento são alguns deles.

Aos poucos

Se você e o seu filho estão familiarizados com a prática, há formas fáceis de começar a introduzi-la de maneira muito natural, por meio de brincadeiras que levam à meditação.

É importante ressaltar o exercício que não deve ser uma imposição, e sim um momento prazeroso e confortável. “À medida em que a criança se familiariza e aprende a manter o foco, podemos aumentar o tempo e incorporar outras técnicas. As práticas que menciono são simples e podem ser realizadas diariamente, como uma pausa na rotina, mesmo que somente por alguns minutos”, esclarece Cássia.

E ela dá exemplos: um passeio no parque para contemplar a natureza, brincar com uma ampulheta e observar a areia caindo, colorir mandalas, escutar uma história e tentar imaginar que é parte dela fazendo uma visualização, colocar o bichinho de pelúcia favorito sobre o peito e observar como ele se movimenta enquanto respiramos… Tudo isso vale!

Na escola

A meditação é tão benéfica que algumas escolas têm apostado nela para acalmar os alunos e melhorar a qualidade de vida deles. É o caso do Colégio Marista Santa Maria (PR), onde há 5 anos os pequenos estudantes contam com professores conscientes sobre a prática. “Há alguns anos, a gente tinha uma especificidade em uma turma atípica, muito ativa e com falta de concentração. Então começamos a pensar em maneiras de ajudar e surgiu a ideia da meditação em sala de aula”, lembra Ana Paula Detzel, coordenadora da Educação Infantil.

“Trouxemos a técnica de respiração e respiração. São exercícios simples de fechar os olhos, se concentrar e ficar com o corpo parado. Começamos com um minuto, no máximo, e, no final do ano, as crianças ficariam até uns 20 minutos se deixássemos”, comenta Ana Paula. A meditação se incorporou à grade horária escolar e virou rotina para professores e alunos a partir de 2 anos. O resultado? Maior concentração e controle emocional. “Tivemos avanços muito significativos”, comemora a coordenadora. “As crianças gostam. É um hábito super natural que se leva por toda a vida”.

Exemplo de meditação guiada para crianças

Em casa, os próprios pais podem propor o momento de relaxamento e meditação. Basta orientar que a criança se sente confortavelmente e ouça suas palavras. A seguir, confira um exemplo de meditação para crianças, fornecido pelo professor João Carlos Soares, do Yoga com Histórias. Narre à criança, de forma calma e pausada:

Feche seus olhos e me acompanhe nessa jornada! Sinta seu corpo confortável, suas costas esticadas e seu rosto completamente relaxado. Respire bem devagar como se seu corpo fosse um imenso balão a se encher. Solte o ar devagar como se o seu corpo fosse um imenso balão a se esvaziar.

Encha o balão. Esvazie o balão.

Encha o balão. Esvazie o balão

Agora, sua mente está tranquila e pronta para passear pelo mundo da imaginação. Gostaria de lhe apresentar um amigo muito especial! Um antigo mago, que viajou por toda a Índia e aprendeu muitas coisas interessantes. Com suas barbas compridas e bochechas rosadas, sempre foi respeitado por todos, em todos os lugares do mundo, pois seus poderes mágicos, sua sabedoria e sua bondade já ajudaram muitas e muitas pessoas.

Ele traz com ele uma pedra, coloca em suas mãos e pede para que você a segure. Sinta a pedra com suas mãos. Toque, explore. Sinta sua forma. Sinta sua textura. Sinta sua temperatura. Perceba se ela é lisa, quente ou fria, grande ou pequena. O mago pede que você segure a pedra com as duas mãos e sinta tudo que você consegue perceber. Esta pedra foi criada pela Mãe Terra há muito, muito tempo atrás e traz dentro dela a força de todo este tempo: uma grande e poderosa energia!

Perceba que, ativada pelo toque de suas mãos, pelo seu poder pessoal, toda esta força se ativa, torna-se novamente viva. Sinta como a pedra brilha intensamente. Perceba que ela se transforma em um lindo cristal. O cristal tem o poder de enviar energia para todo o seu corpo! Sinta seu corpo forte e vivo! Sinta seus pensamentos tranquilos e inteligentes. Sinta a força viva dentro de você.

Perceba que a energia de todas as coisas da vida também está presente dentro de você. E sentindo toda esta magia dentro de você, permaneça em silêncio [pausa de alguns minutos].

Agora, perceba novamente sua respiração, seu corpo e vá retornando lentamente. Namastê. Tudo de bom para você. Tudo de bom para mim. Tudo de bom para todos nós.

Fonte: Revista Crescer




Psique da criança na atualidade

Fonte: http://labedu.org.br/psicanalistas-comentam-os-desafios-do-desenvolvimento-psicologico-das-criancas-na-atualidade/

Psicanalistas comentam os desafios do desenvolvimento psicológico das crianças na atualidade
14 de outubro de 2016..


O que será que tem acontecido para que a identificação de tantos quadros de sofrimento ocorra ainda na infância?
Em uma das edições do programa “Café Filosófico”, do Instituto CPFL Cultura, as psicanalistas Julieta Jerusalinsky e Maria Rita Kehl discutiram a epidemia diagnóstica de quadros como déficit de atenção e hiperatividade, autismo e transtorno bipolar em crianças.
Inicialmente, as especialistas apontam que não necessariamente essas patologias tenham aumentando sua incidência na contemporaneidade, mas sim que seus sintomas têm sido descritos de forma mais genérica pela psiquiatra. 
Por conta disso, manifestações que antes eram tomadas como estados transitórios ou aceitas como características individuais são agora consideradas doenças.
Conforme é apontado pelas profissionais ao longo do programa, há uma tendência atual de assumir que certos comportamentos e modos de ser são consequência da ação de neurotransmissores agindo sobre o organismo e fruto da genética individual. Entretanto, isso reduz a compreensão de fenômenos profundamente complexos, que envolvem vários fatores. 
Quando nascemos, nossa rede neuronal não está pronta e as experiências pelas quais passamos são parte importante dessa construção. A maneira como vivemos também altera nossos registros químicos. Tanto o organismo, quanto a psique e o contexto em que estamos são aspectos que, em interação, influenciam o desenvolvimento.
Sendo assim, é importante pensar sobre o tipo de vivência que nós, enquanto adultos, temos proporcionado às crianças. De acordo com as psicanalistas, há uma tendência em poupar os pequenos de lidar com frustrações e tristezas que são naturais da vida. Isso pode acabar contribuindo para uma fragilidade emocional por parte das crianças, que ficam despreparadas para enfrentar obstáculos e limites.
Outro aspecto a se refletir é a busca dos adultos em satisfazer ilimitadamente os desejos infantis. Gratificar a criança de forma incessante e dar a ela a impressão de que pode ter tudo impede que ela encare que algumas coisas precisam ser conquistadas com muito esforço. 
É preciso que a criança tenha a oportunidade de vivenciar essa angústia de ter que encontrar caminhos para conseguir o que quer. Caso contrário, ela não terá desejo de crescer. Não fará escolhas, compreendendo que algo se ganha e algo se perde. Não partirá para a ação, acomodada em uma situação confortável. Ou seja, poderá paralisar-se em uma postura melancólica e desinteressada, sentindo que não há nada a fazer, pois tudo já é feito sem que ela precise agir.
Conforme ressalta Julieta Jerusalinsky, o trabalho da criança não é o mesmo dos adultos. Ela é poupada da inserção mercadológica para que possa viver um tempo de autoconstrução, de elaboração de seu lugar no mundo. Não podemos, nem devemos, poupá-la disso.
Recomendamos o vídeo completo do programa, disponibilizado abaixo. Além de aprofundar as questões que exploramos no post, ele ainda traz o ponto de vista das duas psicanalistas sobre outras questões da infância na contemporaneidade. Não perca!

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60 Bibliotecas virtuais - Rato de livraria



Fonte:

http://www.revistaprosaversoearte.com/conheca-60-bibliotecas-digitais-e-acervos-online-no-brasil/


Conheça 60 Bibliotecas digitais e Acervos online no Brasil




“(…) Esta fonte é para uso de todos os sedentos.

Toma a tua parte.

Vem a estas páginas

e não entraves seu uso

aos que têm sede.”

– Cora Coralina, do poema “Aninha e suas pedras”, em “Vintém de cobre – Meias confissões de Aninha”, (out/1981). São Paulo: Global Editora, 1991, p. 139.

Os sites trazem todos os tipos de obras: livros, fotografias, partituras, pinturas, iconografia, mapas, documentos históricos, acadêmicos, entre outros. Veja as principais bibliotecas digitais no Brasil e tenha acesso gratuito a diversos conteúdos. Para acessar basta clicar sobre o nome. Bom aproveito!

Biblioteca Digital Brasil – Fundação Biblioteca Nacional – abrange projetos específicos: Rede da Memória Virtual Brasileira (sobre as expressões culturais das artes, música, literatura e história do país e de suas regiões); A França no Brasil (portal digital entre as Bibliotecas Nacionais do Brasil e da França); Periódicos & Literatura; Guerra do Paraguai; Coleção Thereza Christina (coleção de fotografias do Imperador D. Pedro II); Hemeroteca Digital Brasileira (acervo de periódicos – jornais, revistas, anuários, boletins etc. – e de publicações seriadas). Entre outros.

Biblioteca Digital do Museu Nacional – disponibiliza itens do acervo de obras raras da Biblioteca do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Essas coleções formam um patrimônio de referência nas áreas de ciências naturais e antropológicas. Os arquivos podem ser baixados através desta página e suas versões em altíssima resolução estão disponíveis para acesso em terminais da instituição.

Biblioteca Nacional Sem Fronteiras – programa desenvolvido pela Biblioteca Nacional que visa democratizar o acesso da instituição. É composta por coleções digitais temáticas, refletindo todas as áreas da instituição em em especial os tesouros da Biblioteca Nacional. Seu acervo é dividido em manuscritos e obras raras. Em português.

Biblioteca Virtual da América Latina – desenvolvida pela Fundação Memorial da América Latina, localizada na cidade de São Paulo, com apoios da FAPESP, tem como objetivo disseminar informação e conhecimento sobre a América Latina, nos aspectos das humanidades, ciências e artes produzidos pelo Memorial da América Latina.

CPDOC/FGV – é desenvolvido pela Escola de Ciências Sociais e História da Fundação Getúlio Vargas – FGV. Apresenta uma série de conteúdos, tais como os dossiês sobre a história do Brasil (50 anos de Brasília, anos JK, Jango e Era Vargas); entrevistas de história oral (a maior parte voltada para o estudo da trajetória e desempenho das elites brasileiras desde os anos de 1930).

Biblioteca Digital do Senado Federal – o acervo digital é variado, dividindo-se entre livros, obras raras, artigos de revista, notícias de jornal, produção intelectual de senadores e servidores do Senado Federal, legislação em texto e áudio, entre outros documentos. As obras são de domínio público ou possuem direitos autorais cedidos pelos proprietários, possibilitando acesso e download gratuitos das obras.

Brasiliana USP – esta biblioteca digital é fruto da doação do acervo pessoal do bibliógrafo José Mindlin e sua esposa Guita para a Universidade de São Paulo, que também está sendo materializado na forma de uma biblioteca localizada no campus da USP. Há livros, mapas e imagens em domínio público.

Biblioteca Digital de Obras Raras – reúne e disponibiliza a íntegra digitalizada de livros considerados raros (levando em conta o valor histórico, a antiguidade e a não existência de outras impressões ou edições), e que estão localizados nas unidades da Universidade de São Paulo.

Biblioteca Virtual de Literatura – a Biblioteca Virtual de Literatura é um veículo de divulgação e informação destinado a especialistas e pesquisadores, alunos e professores das diversas literaturas e também a leitores e usuários da rede em geral. Com especial atenção à Literatura Brasileira, a BVL ocupa-se ainda das demais literaturas em língua portuguesa e das literaturas latino-americanas e abrange todas as outras literaturas. A literatura dramática está incluída, vinculada às atividades que a levam à cena.

Literatura Digital UFSC – biblioteca de literaturas da língua portuguesa (fonte primária e gratuita de textos literários do Brasil e Portugal em versão integral).

Livros Raros do Mosteiro de São Bento da Bahia – projeto de restauração de livros raros dos séculos XVI, XVII, XVIII e XI digitalizados e disponibilizados.

Arquivo Público do Estado de São Paulo (Memória pública) – o Departamento de Preservação e Difusão de Acervo é responsável pela custódia da documentação permanente depositada no Arquivo Público do Estado. É sua responsabilidade preservar todos os documentos que estão sob sua guarda, constituindo-se como um serviço público aos cidadãos e fomentando o acesso aos documentos que integram uma parte da memória da sociedade sob responsabilidade do Estado. A este programa de ação permanente do Departamento denominamos Memória Pública. O Arquivo Público do Estado de São Paulo-APESP disponibiliza em seu Acervo Digitalizado manuscritos, álbuns, fotografias, periódicos, livros, jornais, revistas, mapas, entre outros. No caso de obras que não sejam de domínio público, a utilização é de responsabilidade exclusiva do usuário e depende da autorização expressa dos detentores dos direitos, ou na forma da Lei de Direito Autoral (Lei 9.610 de 16 de fevereiro de 1998).

Templo Cultural Delfos é um Repositório Digital de conteúdos culturais, educacionais, artísticos e científicos. Já é considerado por muitos uma das maiores referências biobibliográficas de autores literários de língua portuguesa.

Bibliomania – Livre à literatura e com mais de 2000 textos clássicos. Notas dos livros, biografia dos autores, sumários dos livros e obras de referência.

A França no Brasil – portal digital conjunto das bibliotecas nacionais da França e do Brasil com mapas, fotografias, textos impressos e desenhos sobre a relação entre a França e o Brasil desde o século XVI até o início do século XX.

Domínio Público (Biblioteca digital) – desenvolvida pelo Ministério da Educação (MEC), que disponibiliza gratuitamente textos, imagens, vídeos, áudios que estão livres de direitos autorais. Além de livros de autores da literatura brasileira e portuguesa, o sistema recupera publicações científicas da base de teses e dissertações da CAPES.

Biblioteca Digital do Supremo Tribunal Federal – Para os estudantes e profissionais da área de Direito, esta é uma ótima fonte de pesquisa para documentos, livros, artigos e outros arquivos de interesse para a área.

Biblioteca Digital e Sonora – Com acesso gratuito, mas exclusivo para pessoas com deficiência visual, reúne diversos materiais no formato digital para facilitar o acesso dessas pessoas aos conteúdos.

Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) – desenvolvida pelo IBICT – Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, objetiva integrar os sistemas de informação de teses e dissertações existentes no país, assim como disponibilizar gradativamente para consulta ou download, a produção nacional de teses e dissertações.

Banco de Teses da CAPES – visa facilitar o acesso a informações sobre teses e dissertações defendidas junto a programas de pós-graduação do país. Ele não dá acesso direto ao texto das monografias, mas apenas às informações sobre eles e a instituição de ensino onde estão depositadas. Mas acaba sendo uma mão na roda para encontrar dados sobre teses do país todo. Desenvolvido pela CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP – base de teses e dissertações da USP (Universidade de São Paulo), onde os textos podem ser acessados em texto integral. Ressalta-se que nem todas as teses e dissertações defendidas nas unidades das USP estão contidas neste banco, pois ele está sendo alimentado ao longo do tempo.

Biblioteca Digital da UNICAMP – disponibiliza milhares de documentos para download livre, entre teses, dissertações, artigos, entre outros tipos de trabalhos produzidos pelos alunos e pesquisadores da Unicamp.

Biblioteca Digital de Ciências da Unicamp – disponibiliza livremente softwares, imagens, teses, monografias e apostilas voltadas ao ensino de qualquer disciplina da área biológica. Também disponibiliza artigos publicados pela Revista Brasileira de Ensino de Bioquímica e Biologia Molecular. É desenvolvido pelo Laboratório de Tecnologia Educacional do Instituto de Biologia, da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. Em português.

Biblioteca Digital da UNESP – acervo digital de teses, dissertações, artigos, livros e outros documentos publicados.

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMG – disponibilização digital de teses, dissertações e textos acadêmicos.

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações Eletrônicas da UERJ – disponibiliza teses e dissertações, em texto completo, produzidas pelos mestrandos e doutorandos.

LUME – Repositório Digital, UFRGS – é o portal de acesso às coleções digitais produzidas no âmbito da Universidade e de outros documentos que, por sua área de abrangência e/ou pelo seu caráter histórico, é de interesse da Instituição centralizar sua preservação e difusão.

Biblioteca Digital da Escola de Música da UFRJ – obras raras dos séculos XVI ao XVIII, manuscritos autografados de alguns dos principais compositores brasileiros, documentos históricos, periódicos e iconografia.

Biblioteca de Fotografia – Instituto Moreira Salles: A Biblioteca de Fotografia do IMS Paulista é uma iniciativa única no Brasil. Com capacidade para abrigar 30 mil itens, visa a incentivar a pesquisa no campo fotográfico e a colaborar para a compreensão da fotografia nos seus mais diversos modos. Estão disponíveis cerca de 12 mil imagens para pesquisas online. Você pode realizar buscas, cadastrar-se para salvá-las ou enviar sua seleção de imagens, caso deseje utilizá-las. Na base de dados a visualização das imagens é de até 200% de ampliação. As alternativas de ação são busca livre; busca avançada; solicitação de uso de imagens e opções de visualização.

Mnemocine – o site Mnemocine disponibiliza em seu banco de dados: teses, dissertações, artigos e ensaios sobre Cinema Brasileiro.

Cinema Libre – filmes em domínio público disponíveis online em versões completas e legendadas.

Museu da Música de Mariana – o museu vem desenvolvendo projetos de conservação e difusão de seu acervo, reeditando obras raras de música religiosa dos séculos XVIII ao XX, além de outras ações na musicologia brasileira.

Banco de Conteúdos Culturais – além de assistir à íntegra de filmes das produtoras Atlântida e Vera Cruz, o internauta tem acesso a cartazes e fotos do cinema nacional e ao acervo da TV Tupi, com vídeos e roteiros da antiga emissora.

Instituto Memória Musical Brasileira – catálogo virtual com a discografia da música brasileira contando com mais de 80 mil discos cadastrados, sendo cerca de 577 mil fonogramas​, 91 mil artistas. É possível ouvir cerca 110 mil músicas e baixar 25 mil partituras da Banda do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro com arranjos completos para bandas e orquestras de sopro.

Museu de Arte Contemporânea da USP – cerca de oito mil obras, entre óleos, desenhos, gravuras, esculturas, objetos e trabalhos conceituais. São obras de artistas como Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Brecheret, Tarsila, Rego Monteiro, Portinari, Oiticica, De Chirico, Modigliani, Boccioni, Picasso e Chagall, entre outros.

Biblioteca Mário de Andrade – tesouros da Cidade de São Paulo.

Arquivo Publico do Estado de Minas Gerais – Sistema Integrado de Acesso do Arquivo Público Mineiro (SIAAPM) – no SIAAPM já estão disponíveis, para consulta, instrumentos de pesquisa, milhares de documentos (manuscritos, iconográficos, cartográficos, filmográficos), a coleção da centenária Revista do Arquivo Público Mineiro e milhares de fichas catalográficas dentro da Plataforma Hélio Gravatá, entre outros. Atualmente, cerca de 5,0% do acervo do APM está disponibilizado integralmente no SIAAPM.

Arquivo Público do Estado de São Paulo: Acervo Digitalizado – o Arquivo Público do Estado de São Paulo-APESP disponibiliza em seu Acervo Digitalizado manuscritos, álbuns, fotografias, periódicos, livros, jornais, revistas, mapas, entre outros. Veja também: O Guia do Acervo representa o mais abrangente instrumento de pesquisa da documentação do Arquivo Público do Estado.

O Latin American Microform Project (LAMP) do Center for Research Libraries (CRL) -digitalizou publicações emitidas pelo Poder Executivo do Governo do Brasil entre 1821 e 1993, e as mais antigas remetem até o fim do Império em 1889.

Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro (AGCRJ): Acervo-online – o acervo do AGCRJ é formado por documentos, catálogos, manuscritos, fotografias, gravuras, áudio, vídeo, livros, periódicos e afins. Disponíveis para pesquisa online.

Biblioteca Virtual de Direitos Humanos da USP – criada pela Comissão de Direitos Humanos da Universidade de São Paulo. Oferece acesso a materiais relativos à defesa e à promoção dos Direitos Humanos no Brasil. São abrangidos textos de Direitos Humanos elaborados, aprovados e proclamados pelos organismos internacionais e ratificados pelo governo brasileiro, todos em português.

Memória e resistência – o PROIN: Projeto Integrado Arquivo do Estado/ Universidade de São Paulo, uma extraordinária experiência pedagógica e científica que conseguiu conjugar dois objetivos: o resgate da memória política nacional e a formação de pesquisadores em nível de excelência. FUNDO DEOPS (Inventário do DEOPS).

Arquivos da Ditadura – durante os últimos trinta anos, Elio Gaspari reuniu documentos que serviram de base para a edição e a reedição de seus livros sobre o governo militar no Brasil. Entre bilhetes, despachos, discursos, manuscritos, diários de conversas travadas pela cúpula e telegramas do governo americano, seu arquivo pessoal reúne mais de 15 mil itens sobre a ditadura. São registros que se iniciam nos anos anteriores ao golpe de 1964 e seguem até os estertores do regime. Entre eles, há 10 mil provenientes do arquivo do general Golbery do Couto e Silva, como suas apreciações e análises conjunturais redigidas em três momentos distintos, de 1960 a 1968. Este site disponibiliza uma seleção desse rico material, parte dela presente também na versão em e-book dos quatro volumes da série sobre os “anos de chumbo. É a primeira vez que esses documentos ficam disponíveis para consulta na internet.

Documentos Revelados – espaço de referência histórica com disponibilização de acervos documentais do período da Ditadura.

Acervo Digital do Museu da Imigração do Estado de São Paulo – o projeto memória da Imigração integra, por meio de um banco de dados online, o acervo digital do Museu da Imigração e documentos pertencentes ao Arquivo Público do Estado de São Paulo. No total são mais de 250 mil imagens disponíveis para consulta e download gratuito, em uma ferramenta que revoluciona o acesso a fragmentos da história paulista e brasileira.

Portal do Professor – o portal, lançado em 2008 pelo Ministério da Educação em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia, tem como objetivo apoiar os processos de formação dos professores brasileiros e enriquecer a sua prática pedagógica. É um espaço público e pode ser acessado por todos os interessados.

Biblioteca Digital Paulo Freire – a biblioteca digital Paulo Freire (BDPF) tem por objetivo principal “disponibilizar pressupostos filosóficos, sociológicos e pedagógicos do pensamento freireano, para suportar ações educativas coletivas facilitadoras da inclusão dos sujeitos educacionais na sociedade da informação”.

Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira – o Dicionário Cravo Albin é dedicado à música popular do Brasil, desenvolvido inicialmente pela PUC-RJ e depois pelo Ministério da Cultura, através da Biblioteca Nacional. Apresenta como verbetes nomes de cantores, nomes de grupos e bandas, gêneros musicais e seus respectivos históricos, biografias e obras.

Biblioteca Digital das Artes do Espetáculo – Revistas “A Scena Muda” e “Cinearte” – disponibiliza a coleção digitalizada completa das duas primeiras revistas brasileiras dedicadas ao cinema: “A Scena Muda” e “Cinearte”, editadas na primeira metade do século 20. Projeto desenvolvido pela Biblioteca Jenny Klabin Segall do Museu Lasar Segall, em São Paulo.

Acervo Digital: Museu Afro Brasil – o Acervo do Museu Afro Brasil conserva mais de 5 mil obras que englobam diferentes áreas de múltiplos universos culturais africanos, indígenas e afro-brasileiro. Dividido por meio de Núcleos temáticos, o acervo procura abranger aspectos da arte, da religião afro-brasileira, do catolicismo popular, do trabalho, da escravidão, das festas populares, registrando assim, a trajetória histórica, artística e as importantes influências africanas na construção da sociedade brasileira.

Projeto Eliseu Visconti – o projeto Iniciou em 2005 com a construção do site oficial do pintor. O objetivo de preservar e divulgar a memória da vida e da obra do pintor Eliseu Visconti, além de organizar todo acervo documental sobre sua obra.

Projeto Ernesto Nazareth 150 anos – disponibiliza todo o acervo digital da obra e vida de Ernesto Nazareth – Realização Instituto Moreira Salles (IMS).

Acervo Digital Tom Jobim – o acervo de Tom Jobim foi organizado e digitalizado em 2001 com a criação do Instituto Antonio Carlos Jobim e conta com mais de 9.000 itens catalogados. É possível ouvir músicas, ver suas partituras, fotos, documentos, áudios e vídeos; além de textos sobre momentos marcantes de sua vida e frases de sua autoria.

Biblioteca Virtual em Saúde Fiocruz – disponibiliza literatura Científica; bases bibliográficas sobre (aleitamento materno, bioética e diplomacia em saúde, doenças infecciosas e parasitárias, educação profissional em saúde, história e patrimônio cultural da saúde, integralidade em saúde, saúde pública, Sergio Arouca, violência e saúde); Teses e Dissertações em Saúde Pública; Teses Fiocruz; Acervos Bibliográficos (Aggeu Magalhães, Saúde Pública, Casa de Oswaldo Cruz, Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana, Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli, Centro de Pesquisas René Rachou, Farmanguinhos, Gonçalo Moniz); Catálogo de Revistas (saúde pública, Aggeu Magalhães, casa de Oswaldo Cruz, Gonçalo Moniz).

Biblioteca Virtual em Saúde – Saúde Pública Brasil – a BVS-SP Brasil inclui, além dos serviços tradicionais de acesso à literatura científica, listas de discussão, acesso à legislação estadual e municipal, modelos de ação, notícias e promoção de participação da comunidade. Também é o espaço para o desenvolvimento de um programa de capacitação de produtores, intermediários e usuários na operação da BVS-SP Brasil por meio de cursos presenciais ou conduzidos à distância pela Internet.

Biblioteca do IBGE – a Biblioteca do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE possui um vasto acervo de monografias, mapas, publicações, fotografias, cartazes e demais conteúdos relacionados à documentação territorial do Brasil, assim como a própria produção da instituição.

Biblioteca Interativa do SEBRAE – espaço aberto à construção e compartilhamento do conhecimento, que visa contribuir para o contínuo aprendizado do empreendedorismo, auxiliando o desenvolvimento e o fortalecimento dos pequenos negócios. Desenvolvido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Há muitos textos e cartilhas que explicam detalhes dos vários tipos de negócios e fornecem dicas importantes para o empreendedor.

Banco de Imagens do Estado de São Paulo – banco de fotos, em alta resolução, dos municípios paulistas que tem o objetivo de facilitar a pesquisa sobre os pontos turísticos do Estado. São mais de 3 mil fotos gratuitas de mais de 300 municípios. Foi idealizada pela Federação de Convention & Vistitors Bureaux do Estado de São Paulo, em conjunto com o Governo do Estado de São Paulo e a EMBRATUR. Também está disponível em inglês, espanhol e francês.

Biblioteca Virtual do Estado de São Paulo – a Biblioteca Virtual disponibiliza a base de dados programas e projetos sociais. Nessa base, você pode fazer uma busca pelas informações referentes às ações e programas sociais mantidos pelas Secretarias e outros órgãos vinculados diretamente ao Governo do Estado de São Paulo.

Scielo – livraria online de artigos científicos brasileiros.

LP´s Brasil: acervo de vinis – o Blog é dedicado à divulgação da Música Brasileira Bossa Nova, MPB e Rock.

VISITE TAMBÉM

:: Bibliotecas tesouros da humanidade (as mais belas bibliotecas pelo mundo). Acesse AQUI!

:: Memória do Mundo: Museus e Arquivos. Acesse AQUI!

:: Música brasileira: o choro e seus chorões. Acesse AQUI!

:: Música brasileira: documentários para assistir e estudar. Acesse AQUI!

:: Música tradicional – folguedos e danças populares: o nosso patrimônio imaterial. Acesse AQUI!

:: Patrimônio cultural imaterial brasileiro. Acesse AQUI!

Abandono da criança pelo celular e afins

Fonte: http://labedu.org.br/conecte-se-ao-que-importa-contra-o-abandono-virtual/


"Conecte-se ao que importa: contra o abandono virtual"

22 de novembro de 2017..

Campanha visa alertar as famílias sobre a pouca atenção dada às crianças frente ao uso excessivo que os pais fazem das tecnologias.

Você já parou para pensar que crianças – e não poucas! – se sentem “trocadas” pelos celulares? É isso mesmo! A partir de um estudo que indicou que 87% das crianças brasileiras se sentem substituídas por um celular, o Conselho Regional de Medicina do Paraná, por meio do Programa “Dedica” – Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente-, criou a campanha intitulada “Conecte-se ao que importa”.

A ideia da campanha é alertar sobre o que denominam de violência virtual: o uso excessivo dos celulares, inclusive no ambiente doméstico, desviando os olhares dos pais, reduzindo significativamente a interação com as crianças e o tempo que poderia ser dedicado a elas. 
Segundo Luiz Ernesto Pujol, presidente do CRM-PR e também um dos idealizadores da campanha, cada vez mais tem-se identificado “aspectos de negligência na atenção familiar às crianças e adolescentes em decorrência do uso abusivo dos meios eletrônicos no dia a dia, determinando um verdadeiro abandono no relacionamento interpessoal”.

Se a grande preocupação dos pais é o tempo que passam fora de casa, longe dos filhos, é preciso que se lembrem de que estar dentro dela não basta! O desejável não é apenas a presença física, mas as possibilidades amplas e fundamentais de interação que podem ser estabelecidas com os filhos: brincar juntos, conversar, estar atento à criança (a seus gestos, falas, atitudes), compartilhar a leitura de um livro… Esses são momentos que têm sido reduzidos, pois “estar em casa” nem sempre representa estar disponível para essas interações.

Os médicos paranaenses que fundaram a campanha destacam, ainda, que novas doenças têm sido identificadas e estão diretamente relacionadas ao uso intenso das tecnologias: “Da necessidade do uso, parte-se para os vícios e hoje se tem a Síndrome de Nomofobia ‑ ou No Mobyle Phobia ‑ em pessoas de todas as idades e profissões, inclusive da área médica, que não conseguem passar algumas horas longe de seus aparelhos celulares. Ao mesmo tempo, surgem os adictos à internet, com sinais de dependência que os retiram da vida comum, bem como síndromes de isolamento com o humano, sendo exemplo a síndrome do celibato, quando adolescentes e adultos preferem o relacionamento com parceiros virtuais, criados aos seus gostos e desvios psíquicos” (relato da coordenadora do Programa Dedica, Luci Pfeiffer).
O programa pretende ir ainda mais longe, lançando uma segunda campanha para discutir o uso das tecnologias pelas próprias crianças e os impactos negativos que isso traz ao desenvolvimento infantil quando ocorre de modo excessivo.
As peças criadas para a campanha atual chamam a atenção para o que tem sido perdido quando os olhares adultos estão centrados nas telas e o que se pode ganhar na relação com as crianças e adolescentes quando isso muda. Vale conferir algumas das peças e refletir sobre o tempo que efetivamente destinamos a estar e a interagir com nossos filhos.

Para saber mais sobre a campanha acesse: “Conecte-se ao que importa

p://labedu.org.br/conecte-se-ao-que-importa-contra-o-abandono-virtual/ p://labedu.org.br/conecte-se-ao-que-importa-contra-o-abandono-virtual/

Sobrecarga de atividade na infância - Dr. Daniel Becker


Fonte: http://www.revistaprosaversoearte.com/infancia-nao-e-fase-de-construir-curriculo-alerta- daniel-becker-pediatra-e-pesquisador-da-ufrj/

Infância não é fase de construir currículo’ alerta Daniel Becker, pediatra e pesquisador da UFRJ

É cada vez mais comum ver crianças precisando lidar com agendas atribuladas, preenchidas com aulas de idioma, música, reforço, teatro, esportes.
Para o pediatra Daniel Becker, pesquisador do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro e um dos criadores do programa Saúde da Família, essa visão curricular sobre as atividades nas quais a criança precisa se envolver pode acabar fazendo com que ela desenvolva comportamentos de competitividade e individualismo.

O especialista defende que, na infância, a prioridade deve ser o livre brincar, atividade que não pode ser repetida em outra etapa da vida e que é capaz de estimular uma série de competências humanas que nenhuma sala de aula poderá ensinar.

Becker concedeu entrevista a EXAME* sobre a importância de cultivar a saúde desde os primeiros anos de vida durante o VII Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância, em Fortaleza.

Muitos pais acreditam que deixar ao criança ocupada com atividades que compõem um currículo estão auxiliando na educação. Por que o senhor critica essa prática?

Nós vivemos uma cultura de excesso de valorização da aprendizagem com adultos, é um paradigma da escola do desenvolvimento. Como se o desenvolvimento de uma criança só se desse na sua interação com adultos, em aulas, supervisões, atividades programadas e estruturadas.

Quando, na verdade, isso só provê essa criança de um tipo de ganho, um tipo de inteligência. Essa educação bancária – em que um domina o conhecimento e outro está ali para receber – é cada vez mais reconhecida como um modelo que tem muitas limitações.

As nossas crianças brincam para serem adultas, por essa crença dos pais de que elas se tornarão mais prontas para o mercado. Brincando a criança aprende coisas que ninguém mais pode ensinar a ela.Uma criança que brinca no parque com amigos vai aprender a negociar, interagir, ter empatia, ouvir o outro, se fazer ouvir, avaliar riscos, resolver problemas, desenvolver coragem, autorregulação, auto estímulo, criatividade, imaginação… Uma série de habilidades que nenhuma aula vai oferecer para ela.E elas são muito mais importantes para um adulto bem-sucedido do que uma aula de Kumon ou violino. Não que precisemos desvalorizar a importância de matricular nossos filhos em algumas atividades, mas é importante nunca esquecer que brincando livremente na natureza a criança está aprendendo.

Existe algum risco de essas crianças se tornarem adultos mais improdutivos ou com alguma deficiência?

Há algumas pesquisas que já estão avaliando que as crianças da geração Y, os millennials, que foram superprotegidas e foram vítimas desse excesso de escolarização, estão se tornando adultos narcisistas, incapazes de lidar com a frustração e com o conflito, tendem a fugir das intempéries…

Começamos a ter alguns indícios disso. São efeitos previsíveis. Uma criança que enfrenta a realidade com o pai e a mãe se interpondo entre ela e o problema não vai aprender a resolver sozinha. Nem com o professor ensinando a ela alguma disciplina.

Ela tem que cair e ralar o joelho. Porque a vida dói, a realidade dói. Mas passa. E, no dia seguinte, o machucado ganhou uma casquinha, o corpo está reagindo e fazendo alguma coisa.

Daqui a pouco, aquela marquinha sumiu e o joelho voltou ao normal. Olha tudo o que ela aprendeu ali sobre enfrentar a dor, sobre saber que essa dor passa e que o corpo funciona e se regenera. Que aula vai oferecer a ela essa experiência?

O senhor ressaltou, em sua palestra, que investir num pleno desenvolvimento na primeira infância ajuda a reduzir os custos futuros com saúde. Por quê?

Porque as crianças se tornarão adultos mais capacitados, mais saudáveis, que poderão fazer melhores escolhas e desenvolver bons hábitos, vão ter um melhor emprego e conseguir condições de vida melhores… E são essas as condições de vida determinantes de uma saúde melhor no longo prazo.

Com melhores hábitos nutricionais, as doenças que mais matam atualmente têm maior chance de serem evitadas lá na frente, como diabetes, obesidade, hipertensão. É na primeira infância que a prevenção dessas doenças começa. Investir na capacitação familiar, em pré-natal e incentivo ao aleitamento materno, que ajuda a reforçar as defesas do organismo, é muito eficiente em termos de investimento em saúde pública.

O senhor também falou que a primeira infância ajuda os gestores públicos a superar o dilema da busca por equidade e por eficiência, que normalmente são vistas como inconciliáveis. Como?

É uma dualidade clássica do político, que quer ter resultados daqui a quatro anos, quando ele estiver se reelegendo. Para o gestor público, investir dinheiro na redução da pobreza muitas vezes é muito custoso e tem pouco resultado.

E ele consegue ser eficiente com esse recurso, porque a estrutura dessas pessoas já é muito viciada por opressão e baixo desenvolvimento. O investimento na primeira infância supera essa dualidade.

Investir nesse momento da vida ajuda a promover redução da pobreza em médio e longo prazos, com uma eficiência muito grande dos recursos, porque investir precocemente é o que traz mais resultados. No curto prazo também funciona, porque esse gestor vai contar com famílias mais felizes e crianças rendendo mais na escola. É um caminho para a cidadania e para uma sociedade mais capacitada.