quinta-feira, 29 de maio de 2014

Ganhos do deficiente em escola comum



Nessa postagem de Ari Vieira constatamos o motivo da luta pela inclusão.
     Essa pesquisa, por si só, revitaliza a esperança e evidencia a importância das pessoas com deficiência participarem ativamente  da sociedade, seja através  da escola ou não.
     Todos aprendemos  e ganhamos com essa convivência, não se trata de estarmos fazendo algum favor aos deficientes  e  às suas famílias, e sim lhes legitimando o direito da cidadania.
     Eu  tenho  essa  experiência  em   casa, meu filho caçula, desde de que nasceu foi incluído socialmente, hoje  trabalha, faz faculdade e luta arduamente para que seu handicap (vantagens e   desvantagens   de   sua   deficiência    em  relação  ao   padrão  social)  seja contemplado, adequado, adaptado e compreendido por onde quer que ele passe.
     Não  foi  fácil  nossa  jornada,  tive   que  mudá-lo oito  vezes  de  escola,   durante o ensino fundamental,  houve  rejeiçao   por   parte  dos  professores  e  colegas,  assim  como    houve quem abraçasse  a  causa  e o ajudasse com muito amor e competência, o "X"  da questão é não  desisitir,  ter  uma  meta, um  objetivo  e  segui-lo  com  fé.
     Vale  lembrar  que no período alternado ao da escola, meu  filho frequentava vários centros de reabilitação, públicos  e  particulares,  não  lhe  foi suprimido o atendimento dos médicos e especialistas que necessitava, como  exemplo, as  fisioterapeuta,  fonoaudióloga e psicóloga.
      As  tenho em meu coração, passaram  a fazer parte da família,  Neusa,  Ana,  Lara, Antji e muitas outras, meu muito obrigada carinhoso a essa equipe maravilhosa.
      Não seria  possível  também  sem  o  apoio  do  empresário  José Cutrale, (através do meu cunhado Edem Almeida), que  custeou  a escola  Jatty   Maternal  e Jardim por um período expressivo. A ele, já falecido, minha gratidão incondicional  pela sua  auteridade (capacidade de colocar-se no lugar do outro), ele faz parte dessa vitória. 

Magda Cunha

Fonte: http://arivieiracet.blogspot.com.br

 Aluno com deficiência vai melhor em escola comum, diz estudo

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

Folha online

     Estudo   da   Apae   de   São Paulo  recém-concluído indica que crianças com deficiência intelectual em escola comum se desenvolvem melhor do que em unidade especial.
     O  resultado  é  elemento  novo em debate que divide as famílias e até mesmo as Apaes: Para o deficiente são melhores as escolas regulares, com contato com outras crianças, mas atendimento menos individual? Ou as especiais, com  atendimento especializado, mas sem convívio com colegas sem deficiência?
 Em 2007, a  Apae  de São Paulo decidiu seguir recomendações internacionais, como da ONU, para  que crianças deficientes frequentem escolas comuns. Assim, extinguiu o colégio especial e passou a oferecer apenas atividades de apoio aos jovens.
 
      As famílias tiveram de matricular as crianças em outras escolas, de ensino fundamental. A Apae  de  SP  conseguiu  acompanhar   a   evolução  de  62  delas; 40  em escolas regulares públicas; 22 em especiais.

    Considerado  pela  Apae  como  o  primeiro  estudo  quantitativo  do  país  sobre  o  tema, a pesquisa verificou que, após três anos, quem estava em escola regular melhorou a autonomia, a socialização e, principalmente, a comunicação (as áreas avaliadas).

    Essas crianças passaram a, por exemplo, se locomover sem ajuda pela escola; a procurar outros colegas para brincar; e a transmitir suas ideias, por meio da fala, de gestos ou de imagens.

  Os jovens que estavam em escolas especiais praticamente não tiveram evolução nas três áreas consideradas.

     Os dados, antecipados à Folha, foram levantados por pedagogas da Apae SP, por meio de observação.

  "O convívio com as demais crianças parece ajudar no desenvolvimento", disse Laura Guilhoto, coordenadora do Instituto Apae de SP.

     A pesquisadora diz que os resultados podem ser considerados válidos para outras crianças em perfil semelhante ao do estudo (com deficiência leve a moderada, que vivem em uma grande cidade).

     "Respeitamos a pesquisa, mas consideramos que representa um público muito específico", disse Fabiana de Oliveira, coordenadora de educação da Federação Nacional das Apaes. "São necessários mais estudos para termos um resultado claro."

    Apesar de todas terem o nome de Apae, as entidades espalhadas pelo país podem ter políticas diferentes. A federação, por exemplo, defende as escolas especiais.

   "As turmas são menores, o atendimento é especializado. A escola comum tem um currículo a ser cumprido. A criança deficiente fica de lado", afirmou Oliveira.


FAMÍLIAS

     "Pode me prender que eu não coloco minha filha em escola comum", disse Sandra Regina Salvador, 44, mãe de adolescente deficiente, de 13 anos, da região de Paralheiros (zona sul de SP).

    "Na televisão é bonito, a inclusão funciona. No mundo real, quem vai cuidar dela numa sala cheia?". Sandra conta que, mesmo sem contato com crianças sem deficiência, sua filha tem evoluído. "Ela aprendeu a pegar água sozinha, comida na panela. Não fazia nada disso."

     Para Gonçala do Amaral, 56, mãe de deficiente de 15 anos, o filho teve uma socialização melhor após entrar na escola regular pública, no Grajaú (zona sul de SP).

    "Tem professor que mostra alguma rejeição contra ele. Mas a maioria demonstra muito carinho", diz Gonçala.

    Por lei federal, atualmente, as famílias devem "preferencialmente" matricular as crianças deficientes em escolas regulares.

    O debate, porém, não acabou. Em discussão no Congresso, o Plano Nacional de Educação poderá definir se a escola regular será obrigatória ou só uma preferência.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2014/03/1426462-aluno-com-deficiencia-vai-melhor-em-escola-comu

Fonte: http://arivieiracet.blogspot.com.br