quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Correndo atrás do próprio rabo


Cresce  a  preocupação  com  a  violência  nas escolas, pois  tudo  acontece  às  avessas.  
Brigas  entre  alunos  dentro e  fora das salas,  professores  sendo  agredidos  por  alunos  e  pais, perseguição seguida  de agressão  a professores,  depredação  do  patrimônio  público, pichação, venda  e  consumo  de  entorpecentes, porte  de  armas, embriaguez, estupros  e  o  inacreditável  "déjà vu"  do   ataque  por  psicopata.
As  redes  de  ensino  do  país  entendem  a questão da  violência como sendo  cultural,  portando  um reflexo  da  sociedade  atual.

Todos esses comportamentos desajustados estão  movendo muitos profissionais para encontrarem uma saída.
Algumas  ações valem  a  pena  citar:
- Criação de  fórum  de  segurança  para  debater  essa  questão  e  providenciar  campanhas  educativas que  promovam  cultura  e  paz;
- Elaboração  de  um  manual  com  regras  gerais  da  escola,  contendo um  protocolo de  segurança com  a  postura  a ser  adotada  em  cada  tipo de  infração;
- Funcionamento de rotinas de  segurança, um  sumário com telefones úteis  das delegacias próximas, assistência social  e  Vara da  Infância e Juventude;
- Estudo  com os pais do  Estatuto  da  Criança e do Adolescente, durante a reunião de Pais e Mestres, para  dirimir  a  violência doméstica;
- Registro de  condução de  casos de  furtos, vandalismo e lesão corporal  em  terceiros,  com  encaminhamento para  direção  escolar,  que  irá  redirecioná-los para delegacia de  proteção à criança e ao adolescente;
- Porteiro  nas  entradas  da  escola,  ronda  de  vigias  nos  corredores  e  salas  ambientes;
- Uso de  crachás  de  identificação de  todos  funcionários  da  escola, instalação de  alarmes  e  câmeras de  vigilância; 
- Carteira de  estudante  obrigatória, com  foto;
- Manter contato com a ronda escolar e lhes  falar  de  atitudes  suspeitas, pedindo auxilio na verificação de  condutas  inadequadas;
- Iluminação  efetiva, construção de muros  altos, janelas e  portas com  travas.

A  rede  particular  de  ensino, com  polpudos investimentos, aposta  sua  segurança  num  robusto  arsenal  de segurança.  
Desde  instalação de catracas  para  identificação na  entrada  do  aluno,  filmagem  em  tempo  integral  dos  ambientes,  até  detectores  de  metais.

A  falta  de  investimento  em  educação,  e  formação  digna  do  cidadão (lazer, cultura, moradia, alimentação, saúde) está   inviabilizando  a  pouca  educação  que  o  cidadão  tem  acesso.
Isso  é  um círculo  vicioso, menos investimento  em  educação resulta  em  menos  condição de  educar  para  vida  em  sociedade, que  resulta  em  violência.
A  imagem  que  me  vem  a  mente  é  a  do  cachorro  correndo  atrás  do  próprio  rabo, pois  a  escola  corre atrás,  para  aplacar a  violência e  poder  educar  e  a  violência  amedronta a  escola  na  sua  missão de  educar.
A  doce  imagem  da  escola  está  a  se  desfazer, mais  parece um  local  perigoso  e  desalentador para  todos  que  a  frequentam.
Só  os  professores  mais  apaixonados  e  idealistas  continuam  nesse  desafio, apostando  que  ao educar  o  aluno  para  cidadania, exaltando  suas  competências/habilidades  propiciarão  um  futuro  menos  vulnerável.


A  Psicopedagogia  está  presente  nessa missão,  através  de  seu  olhar  e  escuta apurados,  trabalha  com todos envolvidos no  processo  educativo (alunos,  pais, professores, funcionários  e  comunidade  escolar),   pelo  restabelecimento  da  paz, qualidade  de ensino, produtividade  e  formação  cidadã  do  alunado.

Magda Cunha

*Pedagoga, Psicopedagoga, Especialista em prendizagem,
consultora na rede pública e particular de ensino.
maghelen.maravilha@gmail.com
www.promaravilha.blogspot.com





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