terça-feira, 30 de agosto de 2011

Primeiros Estabelecimentos de ensino especial

O  passo  a  passo  no  Brasil  das  escolas  especiais  e  o  que  houve  de  mudanças  no  atendimento  do  alunado  PNEE.

                                            Escola  para  alunado  especial 
                                                                         e
 
Aluno  especial  na rede  regular de  ensino

continuação da monografia...


Instituto Pestalozzi
Criado em 1926 por um casal de professores, em Porto Alegre - RS, este instituto introduziu no Brasil a concepção da ortopedagogia das escolas auxiliares  européias.
 É presente em vários estados brasileiros, tais como Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
 Inspirado na concepção da pedagogia social do educador suíço Henrique Pestalozzi, este instituto foi precursor de um movimento que, ainda que com divergências e variações, se expandiu pelo Brasil, e pela América do Sul.
Em 1956 este instituto foi registrado na Secretaria de Estado da Educação sob o nº 1.920, de 25 de outubro de 1956, e registrado no INPS (Instituto Nacional da Previdência Social) e no Ministério do Trabalho.
Em 1957 celebrou o primeiro convênio com o Governo Federal pelo qual obteve recursos financeiros para iniciar a formação de uma biblioteca.
Instituto de Cegos Padre Chico
Uma escola residencial que atende crianças deficientes visuais em idade escolar, fundada em 27 de maio de 1928, em São Paulo. Funcionando em regime de internato, semi-internato e externato, este instituto mantém uma escola de 1º Grau, Cursos de Artes Industriais, Educação para o Lar, Datilografia, Música, Orientação e Mobilidade, além de prestar serviços de assistência médica dentária e alimentar.
Instituto Santa Terezinha
 Fundado em 15 de abril de 1929, na cidade de Campinas - São Paulo. Em 18 de março de 1933 este instituto foi transferido para a cidade de São Paulo e até o ano de 1970 funcionou em regime de internato para meninas portadoras de deficiência auditiva. No mesmo ano deixou de ser internato feminino e passou a funcionar em regime de externato para meninos e meninas e iniciou um trabalho de integração de alunos deficientes auditivos no ensino regular.
Considerado na área de educação especial como instituição de elevada conceituação, ele oferece aos alunos deficientes auditivos, além do ensino de 1º Grau atendimento médico, fonoaudiológico e social.
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Os registros encontrados indicam que o atendimento especializado a deficientes físicos foi iniciado no período de 01/08/1931 a 10/12/1932.
No mesmo ano de 1932 foi criada outra classe especial Estadual como Escola Mista do Pavilhão Fernandinho. Uma terceira classe foi criada em 1948  intitulada  Francisca   Barbosa   de  Souza.
Duas outras classes especiais para deficientes físicos foram criadas junto ao Pavilhão Fernandinho nos anos de 1950 e 1969. Tecnicamente estas classes configuravam o ensino hospitalar, com atendimento individualizado aos alunos/pacientes do hospital.
Em 1982, já funcionavam dez classes especiais estaduais administradas e classificadas como Escolas Isoladas sob jurisdição da 13ª Delegacia de Ensino da Capital.

Instituto Beijamin Constant
Em 1942 editou em braile a revista brasileira para cegos, primeira do gênero no Brasil. Instalou em 1943 uma imprensa braile.
Em 1947 este Instituto, em conjunto com a Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, realizou o primeiro curso de especialização de professores sobre a didática para cegos.
Posteriormente pela Portaria Ministerial nº 504 de 17 de setembro de 1949 passou a distribuir gratuitamente livros em braile para pessoas cegas.
Lar São Francisco
Fundado em 11 de junho de 1943, o Lar-escola São Francisco particular, com sede em São Paulo, foi conhecido como de utilidade pública estadual pela Lei nº 3.354 de 30 de abril de 1956. Importante instituição especializada na reabilitação de deficientes físicos foi fundado por Maria Helena Campos Salgado.
Em 1950, esta instituição tornou-se membro da International Society for Rehabilitation of Cripples.
Desde sua fundação, esta instituição mantém convênio com a Secretaria de Educação do Estado, tendo assegurado sua equipe de professores, mantém, também, convênio com a Escola Paulista de Medicina desde 1964, que a credenciou como seu instituto de reabilitação em nível universitário.
Associação de Assistência à Criança Defeituosa – AACD
Foi fundada em 14 de setembro de 1950, instituição particular especializada no atendimento a deficientes físicos não-sensoriais, de modo especial portadores de paralisia cerebral e pacientes com problemas ortopédicos, mantém convênios com órgãos públicos e privados, nacionais e estrangeiros.
Desde 1966 vem mantendo convênio com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo para prestação de serviços terapêuticos especializado, transporte especial de alunos deficientes físicos  e alimentação.
No ano de 1979, o Serviço de Educação Especial da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas - CENP - da Secretaria da Educação, propôs alteração do referido convênio que dá, aos serviços especializados prestados pela AACD, um caráter de suporte ou suplementação da educação escolar.
 A AACD mantém convênio com a Prefeitura Municipal de São Paulo para atendimento terapêutico e escolar especializados, atendendo crianças e jovens deficientes físicos.
Escola Municipal de Educação Infantil e de 1º Grau para  Deficientes Auditivos Helen Keller
Instituída em São Paulo no ano de 1951 pelo então Prefeito Doutor Armando de Arruda Pereira, esta escola foi instalada no bairro de Santana em 13 de outubro de 1952 como I Núcleo Educacional para Crianças Surdas.
As atividades desenvolvidas por esta escola especial levaram à criação em 1988 de mais quatro Escolas Municipais como esta em São Paulo.
Instituto Educacional São Paulo – IESP
Fundado em 18 de outubro de 1954, esta instituição era especializada no ensino de crianças deficientes da audição.
Iniciou suas atividades no primeiro semestre de 1955, no bairro de Higienópolis em São Paulo, atendendo gratuitamente crianças de 5  até 7 anos.
Em 12 de junho de 1969 este instituto foi doado à Fundação São Paulo, entidade mantenedora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, e nesta nova situação administrativa ficou subordinado ao Centro de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação - CERDIC.
A partir da década de 90 foi denominado Divisão de Educação e Reabilitação do Distúrbios da Comunicação - DERDIC, órgão suplementar da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE
Fundada no Estado do Rio de Janeiro, em 11 de dezembro de 1954, esta associação encabeçou um movimento a fim de despertar os Poderes Executivo e Legislativo para o problema do excepcional, em conseqüência leis foram votadas e alguns governos passaram a conceder ajudas as APAEs.
Em seqüência a fundação da APAE do Rio de Janeiro, muitas outras foram fundadas, tais como Volta Redonda (1956), São Lourenço, Goiânia, Niterói, Jundiaí, João Pessoa e Caxias do Sul (1957), Natal (1959), Muriaé (1960), São Paulo (1961). Contando hoje com uma importante federação das APAEs, com mais de mil entidades associadas.
Sua finalidade é cuidar dos problemas relacionados com excepcional deficiente mental, sendo relevante o seu papel na educação destas pessoas em nível estadual e nacional.
Desta forma, constata-se que entre os séculos XVI e XIX as pessoas com deficiência eram isoladas do resto da sociedade.
No século XX os portadores de deficiência passam a ser visto como cidadãos com direitos e deveres de participação na sociedade, mas sob uma ótica assistencial e caritativa. Em 1948 surge a Declaração Universal do direito Humanos, com a primeira diretriz política desta nova visão “todo ser humano tem direito à educação “.
Por fim, nas décadas de 80 e 90, Declarações e Tratados Mundiais passam a defender a inclusão em larga escala.
“Se as instituições quaisquer que sejam familiares, escolares, sociais ou empresariais quiserem se constituir como espaços que acolham as diferenças, a meta não deve ser necessariamente enquadrar, mas sim ajudar o “diferente” a encontrar respostas por diversas vias, através de outras formas de conhecimento e possibilidades. Entra aqui as Teorias das Inteligências Múltiplas, a flexibilidade, as competências e habilidades        intelectuais      humanas”.   (ALMEIDA,  2004)


Magda Cunha

*Pedagoga, Psicopedagoga, Especialista em prendizagem,
  consultora na rede pública e particular de ensino.
  mag-helen.maravilha@gmail.com
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sábado, 27 de agosto de 2011

Escolarização do deficiente no Brasil

Após conceituar  e  entender  as  modalidades  das  deficiências, é preciso  entender  sua  trajetória  no  Brasil,  para  assim  aprimorarmos  nossa  oferta,  acesso, ensino de  qualidade  e  permanência  dos  alunado  PNEE  na  rede  regular  de  ensino.



continuação da  monografia ...
 
 
   ESCOLARIZAÇÃO  DO  DEFICIENTE

a)    Evolução histórica no Brasil
Foi  através do Decreto Imperial nº 1428, D. Pedro II, fundou, na cidade do Rio de Janeiro o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, sendo esta a primeira providência no sentido de atendimento escolar especial no Brasil.
D. Pedro II em setembro de 1857, pela Lei nº 839, cria também no Rio de Janeiro o Imperial Instituto do Surdos-Mudos.
 Cem anos, após sua fundação, pela Lei nº 3.198, de 06 de Julho passaria a denominar-se Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES.
Esta  escola  caracterizou-se  como  um  estabelecimento  educacional  voltado  para  educação literária e o ensino profissionalizante de meninos surdo-mudos, com faixa etária entre sete e catorze anos.
 Mais tarde, nestes institutos foram instalados oficinas para aprendizagem de ofícios, tais como : tipografia e encadernação para meninos cegos e de tricô para meninas, sapataria, encadernação, pautação e douração para meninos surdos.
 A instalaçã do Instituto Beijamin Constant, que anteriormente tivera diversas denominações, abriu a possibilidade de discussão da educação dos portadores de deficiência, quando convocado pelo Imperador em dezembro de 1882  para o 1º Congresso de Instrução Pública, em 1883.
O  interesse da sociedade com a educação de portadores de deficiência, no começo do século XX é marcado por trabalhos científicos e técnicos, e cabe destacar o  “41º Congresso Brasileiro de Medicina e Cirurgia”, no Rio de Janeiro em 1900, onde o Doutor Carlos Eiras apresentou a monografia intitulada:

·  Da Educação e Tratamento Médico-Pedagógico dos Idiotas.

Por volta de 1915 foram publicados outros três importantes trabalhos sobre educação de deficientes mentais:

·         A Educação da Infância Anormal,
·         A Inteligência no Brasil, de autoria do Professor Clementino Quaglio, de São Paulo, e
·         Tratamento e Educação de Crianças Anormais na Inteligência e A Educação da Infância Anormal e das Crianças Mentalmente Atrasadas na América Latina, obras de Basílio de Magalhães do Rio de Janeiro.
 Na primeira metade do século XX havia quarenta estabelecimentos de ensino regular mantidos pelo Poder Público, sendo um Federal e os demais Estaduais, que prestavam algum tipo de atendimento escolar especial à deficientes mentais. E catorze estabelecimentos de ensino regular, dos quais um Federal, nove Estaduais e quatro particulares atendiam também alunos com outras deficiências.

Magda  Cunha


*Pedagoga, Psicopedagoga, Especialista em prendizagem,
  consultora na rede pública e particular de ensino.
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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

modalidades das deficiências

Conhecer  as  modalidades  de  cada  deficiência  auxilia  no  tratamento  diferenciado,  pois  os  detalhes  aqui  "fazem  toda  diferença".

continuação da monografia ...


 DESCRIÇÃO DAS DEFICIÊNCIAS   E   PNEE  X  ESCOLARIZAÇÃO
Em relação à escolarização é  aquele aluno que por apresentar necessidades próprias e diferentes dos demais alunos no domínio das aprendizagens curriculares correspondentes à sua idade, requer recursos pedagógicos e metodologias educacionais específica, chamado de portadores de necessidade educacionais especiais.  Que se classificam em portadores de deficiência (mental, mental, visual, auditiva, física, múltipla), portadores de conduta típicas (problemas de conduta) e portadores de altas habilidades (superdotados).
 a)  Altas habilidades
É aquele aluno que apresenta notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos isolados ou combinados:
Capacidade intelectual geral;
Aptidão acadêmica específico;
Pensamento criativo ou produtivo e
Capacidade psicomotora.
 b) Condutas típicas
Manifestações do comportamento típicas de portadores de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos que ocasionam atrasos no desenvolvimento e prejuízos no relacionamento social, em grau que requeira atendimento educacional especializada.
c) Deficiência Auditiva
É a perda total ou parcial, congênita ou adquirida da capacidade de compreender a fala por intermédio do ouvido.
Manifesta-se da seguinte forma :
Surdez leve / moderada : perda auditiva de até 70 decibéis, que dificulta, mas não impede o indivíduo de se expressar oralmente e ouvir a voz humana, com ou sem a utilização de um aparelho auditivo;
Surdez / profunda : perda auditiva acima de 70 decibéis, que impede o indivíduo de entender, com ou sem aparelho auditivo, a voz humana, bem como de adquirir, naturalmente, o código da língua oral.
 d) Deficiência Física
É uma variedade de condições não sensoriais que afetam o indivíduo em termos de mobilidade, de coordenação motora geral ou da fala, como decorrência de lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas, ou, ainda, de más-formações congênitas ou adquiridas.
e) Deficiência Mental
Esse tipo de deficiência caracteriza-se por registrar um funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da média, oriundo do período de desenvolvimento, concomitante com limitações associadas à duas ou mais áreas da conduta adaptativa ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente as demandas da sociedade, nos seguintes aspectos :
Comunicação;
Cuidados especiais;
Habilidades sociais;
Desempenho na família e comunidade;
Independência na locomoção;
Saúde  e Segurança;
Desempenho escolar,
Lazer e trabalho.
f) Deficiência Múltipla
É a associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias (mental / visual / auditiva / física), com comprometimentos que acarretam atrasos no desenvolvimento global e na capacidade adaptativa.  
                                              
g) Deficiência Visual
É a redução ou perda total da capacidade de ver com o melhor olho e após a melhor correção ótica. Manifesta-se como :
Cegueira : perda da visão, em ambos os olhos de menos de 0,1, no olho melhor e após correção, ou um campo visual não excedente de 20 graus, no maior meridiano do melhor olho, mesmo com uso de lentes para correção.
Visão reduzida: acuidade visual entre 6/20 e 6/60, no melhor olho, após correção máxima.

            “A diversidade no meio social e, especialmente no ambiente escolar, é fator determinante do enriquecimento das trocas, dos intercâmbios intelectuais, sociais e culturais que possam ocorrer entre os sujeitos que nele interagem.
              A educação especial adquirirá uma nova significação, tornar-se-á uma modalidade de ensino destinada não apenas a um grupo exclusivo de alunos, o dos deficientes mas especializada no aluno e dedicada à pesquisa ao desenvolvimento de novas maneiras de se ensinar, adequadas à heterogeneidade dos aprendizes e compatível com os ideais democráticos de uma educação para  todos”. (Mantoan, 1988)



Magda  Cunha


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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Conceitos sobre deficiência

            Muitas vezes nos deparamos com situações que exigem um maior conhecimento sobre a inclusão.
            São muitos conceitos que merecem um olhar cuidadoso e entendimento para podermos atuar com responsabilidade   e  maior  acertividade.




continuação da  monografia ...

CONCEITOS SOBRE DEFICIÊNCIAS E NECESSIDADES

EDUCATIVAS ESPECIAIS

A medida que o deficiente  foi   socializando-se, organizações governamentais, filantrópicas e particulares reuniram-se para debater sobre todos aspectos inerentes a sua inserção, integração e inclusão social.             

 Na V Jornada Curitibana de Educação Infantil e Ensino Fundamental foi apresentado alguns termos conceituais para deficiências e necessidades educacionais especiais, analisados segundo os modelos médico e social, ora separadamente ora de forma combinada. 

a) Deficiência: “representa qualquer perda ou anormalidade da estrutura psicológica, fisiológica ou anatômica”. (ONU/OMS, 1989)

b) Incapacidade: “corresponde a qualquer redução ou falta (resultante de deficiência) de capacidade para exercer uma atividade de forma ou dentro dos limites considerados normais para o ser humano”. (ONU/OMS. 1989)

c) Desvantagem (handicap): “Representa um impedimento sofrido por um dado indivíduo, resultante de uma incapacidade, que lhe limita ou lhe impede o desempenho de uma atividade considerada normal para esse indivíduo, tendo em atenção a idade, o sexo e os  fatores sócio-culturais”.(ONU/OMS. 1989)

 d) Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais: “ é a que apresenta, em caráter permanente ou temporário, algum tipo de deficiência física, sensorial, cognitiva, múltipla, condutas típicas ou altas habilidades, necessitando, por isso, de recursos especializados para desenvolver mais plenamente  o seu potencial e/ou superior ou minimizar suas dificuldades. No contexto escolar, costumam ser chamadas de pessoas portadoras de necessidades educativas especiais”. (MEC/SEESP, 1994)

A Conferência Sanitária Panamericana apresentou o conceito da “menosvalia”, relativo tanto  ao  PNEE  quanto a sociedade no qual se insere, :

e) “Menosvalia é uma situação desvantajosa para um indivíduo determinado, como conseqüência de uma deficiência ou incapacidade que o limita ou impede de desempenhar um papel. Caracteriza-se pela diferença entre o rendimento do indivíduo e suas próprias expectativas e as do grupo a que pertence”.
(OPS/OMS, 1990)    


Magda Cunha


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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Monografia inclusão


Fonte: Faculdades Oswaldo Cruz
Pós Graduação em Psicopedagogia
Monografia ano 2004
Assunto: Inclusão
Autora: Magda Helena Alves Cunha de Almeida


Esse  trabalho  monográfico   já  tem  sete  anos  e  continua  firme  em  seu  propósito, de  esclarecer, formar  conceito, alterar condutas  e  apoiar  o  alunado  portador  de  necessidades  educativas  especiais.

A  inclusão social  do  deficiente  perpassa  por  uma  rede  intrínseca  no  mundo, ganhou  uma  dimensão  globalizada  e um  olhar próprio  que  contribuiu  para melhora  de qualidade  de  vida  dessa   parcela  expressiva  da  sociedade.
 

INTRODUÇÃO


O acesso ao atendimento à pessoa portadora de necessidade especial (PNE) no Brasil, iniciou no século XIX, caracterizada por iniciativa privada de brasileiros, oficiais e particulares, inspirados em experiências concretizadas na Europa e Estados Unidos da América do Norte.

A política nacional de educação especial no Brasil vem a ocorrer a partir do século XX, início da década de 60.

Foi um percurso que contemplou mudanças no entendimento das reais necessidades dos educandos, marcado pela natureza e abrangência das atitudes efetuadas para a educação dos Portadores de Necessidades Educativas Especiais (PNEE).

Segundo a Secretaria de Educação Especial o aluno PNEE é aquele que:

“por apresentar necessidades próprias e diferentes

dos demais alunos no domínio das aprendizagens

curriculares à sua idade, requer recursos pedagógicos

e metodológicos educacionais específicas”.

(Política Nacional de Educação Especial, 1994).
 
Os PNEE são classificados em portadores de deficiência (mental, visual, auditiva, física, múltipla), portadores de condutas típicas (problemas de conduta) e portadores de altas habilidades (superdotados).
 
A relevância deste trabalho monográfico é promover reflexões sobre a “estética” inclusiva.
 
Refiro-me a estética inclusiva, no sentido do aluno estar protegido pela legislação e ter acesso à escolarização (recursos do meio físico e humano), porém não haver suporte compatível para atendê-lo em suas reais necessidades para além de suas limitações, isto é, inclusão social.

A inclusão dos alunos PNEE transcende a esfera da aquisição dos conteúdos e adaptações do ambiente físico, pois sua vivência depende de uma teia de relações, sendo o papel da escola, promover condições para atitudes propiciadoras desta interação social.

Segundo Mantoan:

“A noção de inclusão institui a inserção de uma forma mais radical,

completa e sistemática. A inclusão causa uma mudança de

perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente os

alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apóia a todos:

professores, alunos, pessoal administrativo, para que obtenham

sucesso na corrente educativa geral.” (Mantoan, 1988).

Sou professora da rede privada de ensino, leciono em classe de Educação Infantil no estágio de alfabetização, já trabalhei com Ensino Fundamental nos diferentes ciclos na rede pública e escola privada especializada em crianças portadoras de múltiplas necessidades especiais.
 
Atuando em variados segmentos educacionais pude perceber a real necessidade de pesquisar sobre os mecanismos de inclusão, no sentido de destacar os fatores que predispõe sua efetiva realização, transcendendo a ética aparente.

A ética no processo de inclusão, transparece no aparato de regras internas da instituição, que determinam direitos e deveres do corpo discente e docente, que por sua vez, tem respaldo na legislação em vigor.
 
Percebo que, inclusão para uma grande parcela de estabelecimentos de ensino, supõe “apenas” cumprir normas e garantir o acesso ao educando à vida escolar.

Ter acesso respaldado nas leis ou regulamentos internos da instituição escolar, não é suficiente para que haja inclusão de fato, somente aparenta de forma ética, segura e convincente, perpetuando a estética inclusiva.

Traço um paralelo entre a ética aparente e a estética permanente, nas relações de inclusão, voltadas às práticas escolares, na rede de ensino do Brasil.

Minha experiência extrapola o campo profissional, pois também sou mãe de três filhos, sendo um deles, inclusivo.

Um olhar, portanto diferenciado, pois vivenciou diversamente a inclusão, como mãe, professora, mulher e, sobretudo como membro de uma sociedade que se inscreve no tempo e constrói sua história.

Desde 1993 tenho lido, estudado, participado de cursos, palestras, debatido e lutado pelo aluno PNEE, junto às instituições de ensino, diretorias regionais e segmento social em que convivi.

Embaso essa escrita em:

         a) Alguns teóricos da educação que pesquisaram: a emoção, maturação biológica e as interações sociais em relação ao desenvolvimento da aprendizagem;

         b) Nas limitações de portadores de necessidades especiais para inserção escolar, segundo a legislação para aluno PNEE;

        c) Na Política Nacional para Educação Especial no Brasil;

       d) Em depoimentos de atores diretos e indiretos no cenário da inclusão escolar,  obtidos através de entrevistas e

        e) Na minha experiência profissional voltada à inclusão.

As entrevistas foram realizadas com abordagem Psicopedagógica, direcionando o olhar e escuta ao processo de inclusão escolar, a fim de possibilitar melhor compreensão das reais necessidades escolares dos alunos PNEEs e atuação da comunidade escolar nesse aspecto.

A Psicopedagogia atua com os processos psicológicos e pedagógicos ligados à aprendizagem e ensino, bem como às relações que facilitam esses processos.

Nas últimas décadas tem-se mostrado uma forte aliada e parceira indispensável para efetivação da inclusão nos mais variados segmentos sociais (escolares, familiares, comunidades de bairro, hospitais, etc.).

          Situei-me frente a produção dessa monografia por acreditar que toda experiência significa a prática e nesse sentido fui em busca de caminhos para trilhar a inclusão.

Cada movimento em direção a prática inclusiva foi fruto de reflexões, conflitos, inúmras tentativas, idas e vindas em constantes transformações, que não acabaram, complementam-se, à medida que, descubro uma gama de possibilidades ao lidar diversamente com a situação.

Acredito que as relações sociais constituídas no respeito às diferenças são ricas por considerar a individualidade dos seres, suscitando a ética dos indivíduos para formação de uma sociedade mais consistente e coerente.

             Segundo Delors:

            “Ante os múltiplos desafios do futuro, a educação

             surge como um trunfo indispensável à

             humanidade na sua construção dos ideais da paz,

             da liberdade e da justiça social”. (Delors, 1988)

Estou convicta de que a educação escolar pautada na diversidade e pluralidade cultural é fator preponderante para inclusão “humanizada” dos seres.



Magda Cunha



*Pedagoga, Psicopedagoga, Especialista em prendizagem,
consultora na rede pública e particular de ensino.
           mag-helen.maravilha@gmail.com